Um ano. Doze meses.

Eu havia feito um post irado e sarcástico, pra variar, mas eu me lembrei de alguém que eu jamais deveria ter esquecido: Schu.
Faz um ano desde que eu vi aquele rosto, e infelizmente, a última lembrança que tenho daquele sorridente rosto, é uma face serena, pálida e, desculpem dizer isso de forma irônica, morta.
Era alguém muito especial, era inteligente, era bonito, era carismático, era simpático (sinceramente, odeio esses "era", mas é a relidade), enfim, alguém que poderia ter sido tudo o que quisesse na vida. E não foi. Ele tentou. E tentou muito. Todos os dias ele acordava para um novo pesadelo, lutando contra o próprio corpo e desejos que o haviam escravizado e agora ele rejeitava. E como rejeitava! E ao mesmo tempo, amava. Amava aquele delírio, e o odiava com todas as forças. Aquilo o destruiu e destruiu a família dele. Duas belas filhas e uma bela esposa. E ele teve que ir embora pq as estava matando. O amor bateu na porta dele de novo e uma nova esposa amorosa surgiu. Ela mal sabia que aquilo iria destruí-la também. E ele a deixou várias vezes por sua eterna amante e eterno ódio. Mas ele sempre voltava. Até que ele foi embora e não voltou.
Seu coração jamais foi o mesmo. Literalmente. Destruído e corroído. Até que parou, completamente debilitado, depois de longos dezesseis anos da mais árdua luta contra ele mesmo. Foi consumido. Engolido por vícios que pareciam inofencivos, que começaram como uma brincadeira e depois se transformaram no pior dos pesadelos.
Mais de cinco mil por mês. Mais de mil noites choradas e desperdiçadas. Mais de milhões telefonemas desesperados e corações perdidos, implorando por ele, implorando que ele parasse. E ele parava. Mas era mais forte que ele. Aquela luta não poderia ser vencida sozinha. Até que as palavras suplicantes de uma mãe bateram nos ouvidos de Deus: "Senhor, se for para continuar assim, peço para que o leve."
E literalmente, levou. E agora, passou-se um ano. Nossos corações já começam a cicatrizar, embora minha tia jamais poderá dizer isso. Ela jamais fará o que eu fiz: esquecer. Coração de mãe sempre lembra.
E para finalizar esse post, vou dizer a coisa mais clichê de todas, mas que é a mais verdadeira e que me sinto prestes a viver novamente a experiência, com outro primo vivendo a mesma extenuante vida: as drogas matam. E não é só o usuário, mas tb, a todos que estão por perto.

:) lembrem-se crianças: n aceitem doces de estranhos. e.é